domingo, 25 de janeiro de 2015

Procópio Lucena: “O Governo não pode colocar na conta do movimento os prejuízos e riscos da obra”

Foto: Marcos Dantas
Foto: Marcos Dantas

No inicio da reunião desta sexta-feira (23) com os agricultores da Barragem de Oiticica, o secretário de Recursos Hídricos, Mairton França chegou a usar, como argumento para tentar convencer o movimento a suspender a paralisação das obras, de que o Governo do Estado teria que arcar com os prejuízos alegados pela empresa, que ultrapassam as cifras dos milhões de reais com a obra parada.

O Consórcio EIT/Encalso sustenta que por cada dia parado o prejuízo chega a ser de 160 mil reais, e só a folha mensal de pagamento dos 450 funcionários a despesa dele é de 700 mil reais. “É dinheiro que certamente as empresas exigirão que o Estado pague, e vai sair do bolso de cada um de nós. Daria para garantirmos a construção de adutoras como à de Carnaúba dos Dantas”, sustentou o secretário em seu discurso.

Neste momento houve um principio de revolta dos moradores com a declaração do secretário. Na fala seguinte, de um dos coordenadores da reunião, o representante da Diocese de Caicó no movimento, José Procópio de Lucena ele fez questão de apelar para que o Governo não insistisse na estratégia de querer culpar o movimento e os agricultores por qualquer prejuízo que o Consórcio venha a ter com a paralisação. 

Isso é culpa da inércia do próprio Governo que se preocupou em planejar a Barragem sem se preocupar com qualquer direito social dessas famílias. Se não fosse esse movimento, nada disso estaria acontecendo. O Governo não pode colocar na conta do movimento os prejuízos e riscos da obra”, finalizou Procópio.
Por Marcos Dantas 



Secretário explica como andam as providências para cada ponto da “Carta de Oiticica”


Foto: Marcos Dantas
Foto: Marcos Dantas
Na conversa que teve com o Blog do Marcos Dantas, o secretário de Recursos Hídricos do RN, Mairton França explicou como andam as providencias adotadas pelo Governo do Estado, para cada ponto cobrado pelos moradores do movimento dos atingidos pela Barragem de Oiticica.
Terraplanagem do Alto do Paiol“Tivemos a primeira idéia de fazer uma licitação em separado, mas do ponto de vista legal, a gente acha que fazer uma licitação separada a terraplanagem da construção pode configurar um parcelamento de despesa, e isso pode gerar um contraditório jurídico no futuro. Já estamos procurando uma solução e tentando de alguma maneira aditivar os contratos que já existem, pra que a gente possa dar a segurança para eles. A terraplanagem não é uma necessidade dessa obra de construção da nova Barra de Santana. É apenas uma sinalização de que esse movimento não acredita no Estado, e isso é muito ruim. Mas a gente pretende dar essa sinalização para que eles possam passar a confiar na gente”.
Desapropriação do terreno do novo Cemitério“Com relação ao cemitério coloquei várias dificuldades burocráticas da desocupação do cemitério atual. Vários processos que nós não conhecíamos, nem mesmo a Igreja conhecia essas dificuldades todas. Colocamos de forma sincera pra eles. A demarcação do novo cemitério está fácil. Já se foi solicitado da KL e a gente pretende o mais rápido possível começar o processo de desapropriação dessa área”.
Desapropriações das demais terras“Com relação aos 127 processos de desapropriações, eles estarão limpos no período mais breve de tempo, porque a equipe multidisciplinar que foi montada hoje é maior do que a equipe que tinha antes, e todas as necessidades que o procurador tinha no ano passado, e que por causa dessa necessidade os processos não andavam na velocidade que deviam, a gente está tentando superar agora e entregue a eles as condições que precisa para trabalhar adequadamente”.
Desapropriações do Distrito de Barra de Santana“A questão das desapropriações e remoções da Barra de Santana é uma coisa que vai se começar essa processo, não temos informações ainda, isso não está no pleito direto deles ainda, mas eu tenho certeza que a gente vai trabalhar já nesses processos, antes que se tornem pleitos e condição para qualquer outra ação que venha atrasar as obras dessa importante obra”

“Nosso desafio é recuperar a confiança desse povo”, diz Mairton França sobre agricultores de Oiticica


Mairton em diálogo com os moradores - Foto: Marcos Dantas
Mairton França em diálogo com os moradores – Foto: Marcos Dantas
Em entrevista ao Blog do Marcos Dantas, o secretário de Recursos Hídricos, Mairton França fiz uma avaliação positiva do primeiro encontro com os agricultores de Jucurutu, São Fernando e Jardim de Piranhas, na noite desta sexta-feira (23) em Barra de Santana. O encontro, na avaliação de Mairton serviu para entender todos os pleitos do movimento, e os problemas que eles estão passando, com o avanço das obras físicas da Barragem de Oiticica, e a lentidão na garantia dos direitos sociais das famílias.
É realmente preocupante a situação em que eles estão vivendo de insegurança, e de insatisfação com o Governo. Estamos à frente da secretaria e o nosso desafio é de recuperar a confiança desse povo e a autoestima da secretaria para que a gente possa construir uma boa relação a partir de agora. Estou confiante que vamos superar obstáculo e teremos a partir de agora muitas vitórias”, explicou.
Por Marcos Dantas 

Comitiva do Governo saiu convencida de que obra de Oiticica só retorna se pontos forem cumpridos

Comunidade reunida com o Governo - Foto: Marcos Dantas
Comunidade reunida com o Governo – Foto: Marcos Dantas
O secretário de Recursos Hídricos do RN, Mairton França e sua comitiva de técnicos e assessores estiveram reunidos na noite desta sexta-feira (23) com os agricultores de Barra de Santana, e comunidades de Jucurutu, São Fernando e Jardim de Piranhas que serão atingidas pela construção da Barragem de Oiticica. Mesmo que de forma indireta, a intenção de Mairton, pelo entendimento do Blog do Marcos Dantas presente na reunião, era convencer o movimento de agricultores da importância da obra ser retomada, mesmo até agora o Governo do Estado não tendo cumprido todos os pontos acordados pelo movimento, na carta enviada ao Governador Robinson Faria.
Até agora, o que tem mais avançado é o processo de desapropriação e indenização das terras, mas pontos como a terraplanagem do Alto do Paiol, onde será construída a nova Barra de Santana, e a desapropriação do terreno do novo cemitério, são apenas alguns dos pontos que ainda não foram concluídos pelo Governo. A reunião lotou a Capela do distrito, e foi coordenada por alguns dos lideres do movimento, dentre eles José Procópio, Neto Muriçoca, presidentes dos sindicatos Rurais dos municípios atingidos e representantes da comunidade de Barra de Santana. Mairton deixou a comunidade convencido de que as obras só serão, definitivamente retomadas se o governador Robinson vir pessoalmente anunciar aos moradores as medidas que serão adotadas pelo Governo.

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