domingo, 17 de maio de 2015

Nepotismo persiste na Câmara dos Deputados; funcionários ganham R$ 55 mil

DEPUTADOS GGG
Em outubro de 2008, com pompa e circunstância, a Câmara dos Deputados anunciou a exoneração de 102 servidores comissionados por serem parentes dos parlamentares. A demissão em massa era uma resposta à Súmula nº 13 do Supremo Tribunal Federal, publicada em agosto daquele ano, proibindo a contratação de familiares. Sete anos depois, aproveitando brechas na legislação, a prática do nepotismo continua viva em Brasília. Entre centenas de correspondências de nomes, o Correio Braziliense selecionou, somente na Câmara, 10 casos de parentes de parlamentares que trabalham ou permaneceram até março na estrutura da Casa. Somados, eles ganham pouco mais de R$ 55 mil mensais em salários e gratificações, líquidos. Nos próximos dias, o Correio mostrará que a prática está longe de ser abolida na Esplanada.
Nem todos os parlamentares veem problemas em nomear parentes. O deputado Aníbal Gomes (PMDB-CE), por exemplo disse estar “de consciência tranquila”, mesmo mantendo dois primos no próprio gabinete. Leandro Ferreira Gomes e Mara Ribeiro Ferreira Gomes, segundo o deputado, ajudam com o trabalho político no estado. “Eles são meus primos, mas fazem o trabalho deles corretamente, me ajudam a manter contato com o eleitor nos municípios”, declarou Aníbal Gomes.
“O dinheirinho que a gente ganha é para isso, para pôr o povo para trabalhar”, justificou o deputado, que é também investigado na Operação Lava-Jato, da PF. Em abril, a Câmara tinha pelo menos 10 pessoas com o tradicional sobrenome cearense “Ferreira Gomes” em cargos comissionados, inclusive em gabinetes de aliados dos irmãos Cid e Ciro Gomes, de quem Aníbal é primo.

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